À medida que o hidrogénio se esgota no núcleo de uma estrela como o Sol, a energia produzida pela fusão nuclear do hidrogénio diminui. O núcleo, agora formado predominantemente por hélio, perde gradualmente a batalha contra a gravidade e contrai-se lentamente. Quando uma temperatura limite é atingida, as camadas adjacentes ao núcleo, ainda ricas em hidrogénio, iniciam reacções de fusão deste combustível nuclear. A energia libertada por estas reacções provoca um aumento enorme da luminosidade da estrela e a expansão (e arrefecimento) das suas camadas exteriores. A estrela transforma-se numa gigante vermelha. O núcleo, no entanto mantém-se em contracção lenta, sem contribuir com energia para a sustentação da estrela.
Agora, uma equipa de cientistas utilizou os dados obtidos com telescópio Kepler para detectar pequenas oscilações na luminosidade de um conjunto de gigantes vermelhas. Estas oscilações resultam de ondas de choque que se propagam internamente na estrela e são resultado dos movimentos de convecção do plasma no seu interior.
Estrelas com estruturas internas distintas, especialmente em termos de densidade, produzem oscilações com características diferentes que por sua vez são visíveis como variações de luminosidade com períodos distintos. Ao estudarem os dados relativos às gigantes vermelhas observadas pelo Kepler, os cientistas observaram que os dados se agrupam claramente em dois conjuntos. O primeiro grupo, com oscilações de luminosidade com uma periodicidade centrada nos 50 segundos, é consistente com a estrutura interna de gigantes vermelhas que realizam apenas a fusão de hidrogénio. No segundo grupo, as oscilações têm uma periodicidade entre os 100 e os 300 segundos, consistente com a estrutura interna de gigantes vermelhas em que a fusão do hélio foi já iniciada.
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